quinta-feira, maio 31, 2007

"VOZ DA ÁGUA"

"VOZ DA ÁGUA"

Vem,
como a secreta voz da água
Sobre o Rio que te espera
de alegria incendiada

Se vieres
de madrugada
te espero à beira fonte
junto à seara do pão

Tanta fome!
Tanta sede!

Veste-te de branco
e
vem
rumor de pássaro breve
súbita rosa de mágoa
nevegada em alvas velas

aceno-te
como quem despe
um ritual de emoção

Rosa de água!
Rosa Pão!

luizacaetano

quarta-feira, maio 30, 2007

" O R G I A S "

"ORGIAS"

Entrar dentro de ti
como no mar,

Mergulhar-te
como se fosse a primeira vez,

viagar ao paraíso das algas!
dançar nas ondas !
ferir-me nas rochas!
no odor dos sargaços!


Depois...
da noite do dia
da orgia dos cansaços

me estenderei no fundo
do fundo mais profundo

de ti e de mim
e
beliscarei a vida

Luiza Caetano

domingo, maio 27, 2007

HIPÓCRISIAS"

"HIPOCRISIAS"


São as facas do silêncio
hipócritamente organizado

Sédes
de sedes e lenços
acenos tecidos
nos muros
manchados de ignorância

São os obscuros
discursos,
É a virtual importância

Torre de Babel!
Fast food vulgarizado!

Exibição gratuíta!
Entrada grátis no Circo!

É o palhaço assassinado!

sexta-feira, maio 25, 2007

" P O N T E"

*
*
*

" A PONTE"


A Lua
se mantém
altivamente atenta.

Enquantos os cães uivam!
Os lobos gritam famintos!
Os homens amam, matam
e mordem!

e
as crianças,
filhos de um Deus menor,
choram!

Felizmente,
que há luar
há amor e há amar

sulcando a ponte
que separa os homens
de Deus.

lc

*
*
*

quinta-feira, maio 24, 2007

"PÓ DE PALCO"

" PÓ DE PALCO "

Promiscuidades,
Assédios

nas salas e nos corredores
saudades!
carinhos!
e amores!

jurados
com tantos fervores,

perdidos
entre a luz e a sombra,

da vulgar alfombra
do querer,

Arte de representar!

Aplauso!
Palco
e
luzes!

Tirem-me deste filme!
Cruzes!

Por favor
dêem os motes
Me cegam os holofotes!

Ser ou não ser
eis a questão!

Os cavalos também se abatem...

Sheakespeare
tinha razão...

luizacaetano

quarta-feira, maio 23, 2007

" PALHAÇO"

" SORRISO DE PALHAÇO TRISTE"


Todos os dias
acontece!

um acidente!
um rasgão!
uma dor profunda

Uma esquina da vida
veio contra mim
e...

me
estrangulou!
me deixou sem ar!
sem chão e sem tecto!

Continuar o caminho!
eu tenho de seguir em frente
sem asas para voar
sem as mãos do carinho
sem os olhos para ver

continuar a ser!
carregando a dor do aborto
dum parto fora do tempo
dum Sol espencado e morto

Tenho de seguir em frente
contra o tempo
contra o vento
até contra o sentimento
ao encontro da Lua
da Lua cheia da vida
da vida cheia da morte

eu tenho de sorrir
mostrar o meu palhaço
continuar o espectáculo

"ENCONTROS"

"E N C O N T R O S"

Não te busquei...

Penso até,
que nem sequer te vi!

Sei que no meio da neblina
apenas te pressenti...

Eras uma flôr?
Eras um fruto?
Um Raio de Luz?
ou
talvez o Sol!


Não!
Eu não te busquei!

Apenas sei
que estavas lá!

Além,
no caminho das brumas!
na confluência dos Astros!
no encontro das águas!
Onde as energias
se libertam
e as forças ocultas
se degladiam .

Não te busquei, não!

Então,
Porque encontrei eu
esse maravilhoso alguém
no meio da multidão?

luizacaetano2006/11/01

terça-feira, maio 22, 2007

IMENSIDÃO FUGAZ DE UM INSTANTE

"IMENSIDÃO FUGAZ DE UM INsTANTE"

Faz-me nascer rosas nas mãos
em vez de lenços

Diz mais uma vez
que não são vãos
os ideais sonhados à tua imagem

Transporta-me
ao espaço da magia
onde naquele dia
meu barco aportou cansado da viagem

Apenas um gesto! um riso
flutuando imcessante

ou a
imensidão fugaz
de um istante

... rosas nas minhas mãos
em vez de lenços...


lc



domingo, maio 20, 2007

"PALAVRAS MORDIDAS"

"PALAVRAS MORDIDAS"

Palavras
incompreendidas
mordidas uma a uma
ombro a ombro hesitantes
na constelação da bruma

a incerteza é uma adaga
de vários gumes

ferindo o rasto
dos peixes luminosos

os marinheiros
alçam as velas

e as velhas vestidas de negro
te aguardam
nas janelas brancas
cortinadas de vento

Porém a sombra duma ave
se recorta incerta
no horizonte

LuizaCaetano

"PALAVRAS MORDIDAS"

"PALAVRAS MORDIDAS"

Palavras
incompreendidas
mordidas uma a uma
ombro a ombro hesitantes
na constelação da bruma

a incerteza é uma adaga
de vários gumes

ferindo o rasto
dos peixes luminosos

os marinheiros
alçam as velas

e as velhas vestidas de negro
te aguardam
nas janelas brancas
cortinadas de vento

Porém a sombra duma ave
se recorta incerta
no horizonte

LuizaCaetano

sábado, maio 19, 2007

SANTO ANTÓNIO
DE
LISBOA

"JANELA DI ROMA"


" E C O S"

" E C O S "

Continuo no entanto a procurar-te
em todas as chagas do sol posto
e nas manhãs de um novo dia

Embalam-me ecos da tua voz
vindos do mar
num infinito redemoínho
de conchas e de algas

que me acariciam as mãos
em gestos ocultos de luar

Bem dentro do coração
uma quimera! um múrmúrio
talhados na dúvida da distância
Não me deixam vislumbrar

Nem os horizontes!
nem as flores!
nem as fontes!

E a saudade é uma ânsia
que a harpa do vento toca
numa sinfonia de orvalho

luiza caetano

quarta-feira, maio 16, 2007

"ANTES QUE O VERÃO ACONTEÇA"

Sedenta de fantasia
e de amar

Eu queria Rosas,
música e champanhe
correndo como água
no afago da minha cintura

Antes que o
Verão aconteça
dentro das noites
de prata,
e
as gerbérias amarelas
floresçam de emoção
na tela de alguma
pintura...

Vem as manhãs acordar
desnudas de sono e de marta

Vem!

Antes que as caravelas
se façam ao mar...

Luiza Caetano

segunda-feira, maio 07, 2007

http://img1.imagechef.com/w/070507/anmea7cee6122944b5a.gif